Eduardo bolsonaro
Câmara dos Deputados


Enquanto o Itamaraty tenta preservar algum resquício de soberania, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) resolveu terceirizar a política externa brasileira para o submundo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Em entrevista a Steve Bannon, o deputado não apenas comemorou as sanções ilegais impostas contra Alexandre de Moraes, como deixou no ar as próximas vítimas: o ministro Flávio Dino e o ex-governador de São Paulo, João Doria.

Para Eduardo, o STF virou alvo de lobby internacional. Não é exagero: o filho 03 anda pelos EUA como um “embaixador paralelo” a serviço da causa de sua família.

O filho que trama contra o país

Na conversa com Bannon, Eduardo admitiu reuniões com Scott Bessent, homem de confiança de Trump, justamente no dia em que Fernando Haddad deveria se encontrar com o mesmo secretário do Tesouro. O encontro oficial foi cancelado. 


O ministro da Fazenda chamou o caso de sabotagem contra o próprio país. Eduardo nega, mas publicou foto abraçado a Bessent no mesmo dia da agenda esvaziada de Haddad.

Eduardo se vangloria de derrubar uma reunião diplomática para enfraquecer o governo e fortalecer a narrativa de perseguição ao clã Bolsonaro.

Magnitsky à brasileira

Mais grave ainda é a tentativa de importar a Lei Magnitsky como arma política contra ministros do Supremo. A legislação foi criada para punir oligarcas e violadores de direitos humanos; na versão bolsonarista, serve para intimidar magistrados que ousam contrariar Jair Bolsonaro. É como transformar sanções internacionais em moeda de troca no balcão da vingança pessoal.

João Doria na mira

Nem João Doria escapou. O ex-governador paulista, agora lobista global, virou alvo de Paulo Figueiredo, neto de ditador e parceiro de Eduardo nessa cruzada.

O ''crime'' de Doria? Convidar Alexandre de Moraes para palestrar num evento do LIDE na semana passada. A lógica é simples: se o juiz está “sancionado”, ninguém pode lhe dar espaço público — como se fosse um criminoso de guerra.

A república do ridículo

O episódio mostra como parte da extrema direita brasileira opera: não basta desacreditar as instituições dentro do país; é preciso internacionalizar a conspiração, pedindo a Washington que intervenha contra ministros do STF.

Eduardo Bolsonaro, que jamais conseguiu ser embaixador nos EUA, faz agora o papel de “chanceler paralelo” da desordem.

No fim, o que deveria ser uma política externa soberana se transforma em teatro grotesco: um deputado viajando pelos EUA para pedir sanções contra juízes brasileiros, enquanto posa de herói da resistência.


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