Bolsonaro, Estados Unidos
Agência Brasil
Bolsonaro, Estados Unidos


Senadores do Centrão intensificaram as articulações para convencer o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União), a pautar a proposta de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. A estratégia dos caciques do grupo é encerrar o impasse político em torno do tema, ainda que isso signifique rejeitar em plenário a versão que favorece diretamente Jair Bolsonaro (PL).

O cálculo é “superar a questão no voto”, evitando que o assunto continue sendo usado como moeda de troca eleitoral pela direita.

Nos bastidores, aliados discutem três alternativas:

Versão “light” da anistia: restrita a manifestantes de menor envolvimento, com maiores chances de aprovação.

Pauta pró-Bolsonaro: incluir o ex-presidente, ainda que com alta probabilidade de derrota no plenário.

Aprovação da versão branda: deixando que bolsonaristas tentem ampliar o alcance da proposta via emendas, o que abriria espaço para derrotas sucessivas.

A avaliação é de que, enquanto houver a possibilidade de perdão total, Bolsonaro e sua família continuarão condicionando apoios políticos em 2026 à promessa de anistia.

Resistência de Alcolumbre

Alcolumbre tem repetido a aliados que não aceitará pautar um texto que beneficie diretamente Bolsonaro, para não confrontar eventual condenação do ex-presidente no Supremo Tribunal Federal (STF). Uma medida contrária poderia deflagrar crise entre os Poderes.


Atualmente, o PL alega ter o apoio de União Brasil, Republicanos e PP. Mas apenas o partido liderado por Ciro Nogueira (PI) mantém posição firme em favor da proposta pró-Bolsonaro. Nas demais legendas, há maior inclinação pela anistia restrita, sem alcançar os acusados de organizar a tentativa de golpe.

Câmara e STF no tabuleiro

Na Câmara, o presidente Hugo Motta (Republicanos) tornou-se peça-chave nas articulações. Ele se reuniu com o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, mas indicou que só levará o texto a plenário após o julgamento de Bolsonaro no STF.


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