
A partir desta quarta-feira amanhã, (7), terá início o conclave conclave no Vaticano para eleger o sucessor do papa Francisco. Entre os 133 cardeais eleitores, o nome de Dom Sérgio da Rocha desponta como um dos mais comentados nos bastidores da Santa Sé.
Com 65 anos, o arcebispo de Salvador é reconhecido por sua postura discreta, capacidade de articulação e forte alinhamento com os princípios do pontificado de Francisco.
Trajetória e influência no Vaticano
Dom Sérgio foi nomeado cardeal em 2016 pelo papa Francisco e, desde então, tem ocupado posições estratégicas na Cúria Romana.
Em março de 2023, foi incluído no Conselho de Cardeais , conhecido como C9 , grupo seleto que auxilia diretamente o Papa na administração da Igreja e na implementação de reformas estruturais .
Sua presença nesse conselho é vista como um indicativo da confiança que Francisco deposita em sua liderança e visão pastoral.
Alinhamento com a visão de Francisco
Nos bastidores do Vaticano, Dom Sérgio é frequentemente referido como um "afilhado" de papa Francisco, refletindo uma afinidade com a abordagem pastoral do papa, centrada na escuta, no diálogo e na atenção às periferias.
Sua atuação é marcada por um compromisso com a sinodalidade, buscando sempre a comunhão e a participação ativa de todos os membros da Igreja .
O segundo entrave é a idade de Dom Sérgio. Aos 65 anos, ele é considerado jovem para os padrões vaticanos.
Em conclaves passados, cardeais mais velhos, vistos como figuras de transição, são os preferidos para evitar pontificados longos demais.
Dom Sérgio, portanto, representaria um projeto de longo prazo, o que pode causar resistência, especialmente entre os setores mais conservadores da Igreja.
A força da bancada latino-americana no conclave
Apesar desses desafios, os números jogam a favor de Dom Sérgio. O Brasil, é um maiores países católico do mundo, com mais de 123 milhões de fiéis, tem um peso significativo dentro da Igreja.
No Colégio Eleitoral do conclave, composto por 120 cardeais com menos de 80 anos, sete são brasileiros. Isso garante a Dom Sérgio um apoio expressivo, principalmente quando se considera a crescente influência da América Latina dentro do Vaticano.
Além disso, Francisco, que indicou pessoalmente 108 desses 135 cardeais eleitores, estabeleceu um ambiente propenso à continuidade de sua visão, o que coloca Dom Sérgio em uma posição estratégica para, se não for o próximo papa, ser uma figura central na escolha do sucessor.
Desafios geopolíticos e expectativas
Apesar de seu perfil conciliador e da confiança que inspira, a eleição de Dom Sérgio enfrenta desafios geopolíticos.
Após a escolha de um papa sul-americano em 2013, há uma corrente dentro do Colégio de Cardeais que defende a eleição de um pontífice de outro continente, como forma de refletir a universalidade da Igreja.
Além disso, setores mais conservadores podem preferir um retorno a um papa europeu, buscando maior estabilidade interna.
Um nome que representa continuidade e renovação
Dom Sérgio da Rocha representa uma continuidade com o pontificado de Francisco, mantendo o foco em uma Igreja mais próxima dos fiéis, aberta ao diálogo e comprometida com as questões sociais.
Ao mesmo tempo, sua eleição poderia simbolizar uma renovação, trazendo uma perspectiva latino-americana para os desafios contemporâneos enfrentados pela Igreja Católica.
A trajetória de Dom Sérgio: de Dobrada a Salvador
Nascido em 1959 em Dobrada (SP), Dom Sérgio iniciou sua formação religiosa no seminário Iniciou sua formação em Filosofia no Seminário de São Carlos e cursou Teologia na Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
É graduado em Licenciatura em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Lorena (SP) e possui título de mestre em Teologia Moral, conferido pela Faculdade Nossa Senhora da Assunção, em São Paulo.