Senador Sérgio Moro
Agência Senado


Depois de ter sua candidatura ao governo do Paraná barrada pela federação formada por União Brasil e PP, o senador Sergio Moro (União) passou a ser sondado pelo recém-criado partido Movimento Ativista MBL, que avalia apoiar sua candidatura. O parlamentar, que pretende disputar o governo paranaense em 2026, estuda a possibilidade de filiar-se à nova sigla.

Estrutura limitada dificulta avanço das negociações

Por enquanto, porém, as conversas esbarram na falta de acesso do MBL ao fundo partidário e ao tempo de propaganda eleitoral na TV — fatores considerados essenciais por Moro para viabilizar sua campanha, segundo aliados próximos.


O Missão já lançou uma pré-candidatura ao governo do Paraná, com o advogado Luiz Felipe França. Ainda assim, dirigentes admitem, reservadamente, que abririam mão do nome caso Moro aceitasse disputar pelo partido, mesmo sem a estrutura que ele teria no União Brasil. A legenda ligada ao MBL também poderia abrigar a candidatura ao Senado da jornalista Cristina Graeml, hoje no União por indicação de Moro.

PP fecha portas e pressiona União Brasil

Moro se vê com poucas alternativas caso o União Brasil não confirme sua candidatura. Nesta semana, o PP fechou questão para vetar o ex-juiz — movimento que, na prática, impede sua participação na disputa pelo União caso a federação entre os dois partidos seja consolidada.

O principal obstáculo dentro do PP é o deputado federal Ricardo Barros. Sua filha, Maria Victoria (PP), preside o diretório estadual. Barros é crítico histórico da Lava-Jato e foi citado em delação da Odebrecht, embora nunca condenado. Ele também foi relator, em 2019, da Lei de Abuso de Autoridade, que Moro tentou vetar quando era ministro da Justiça. À época, Barros afirmou que a operação “cerceou direitos” e “quebrou o país”.

Direita se movimenta longe de Moro

Outros partidos do campo da direita também se distanciam do senador. O Podemos — antiga casa de Moro e onde ensaiou disputar a Presidência — e o Republicanos entregaram seus diretórios estaduais no Paraná a adversários internos do ex-juiz.

O Novo, que tentou filiar Moro em 2023, aproximou-se do governador Ratinho Jr. (PSD), que não deseja aliança com o senador. Já o PL deve lançar o deputado Filipe Barros (PL-PR) ao Senado, alinhado à chapa apoiada por Ratinho.

Moro insiste na candidatura e critica veto do PP

Mesmo pressionado, Moro reafirma que mantém sua pré-candidatura ao governo pelo União Brasil. Na segunda-feira, após o PP anunciar que vetaria seu nome, ele publicou nas redes sociais críticas a “vetos e imposições arbitrárias” e afirmou que continua na disputa, “autorizado pelo presidente nacional” do União, Antonio Rueda.

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