O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), tem tentado se aproximar do PSD, partido de Gilberto Kassab, em um gesto que parece mais estratégico do que programático. O almoço realizado ontem em Belo Horizonte, com discussões sobre filiações, candidaturas e apoio à anistia, expõe a necessidade de Zema de buscar base nacional e tempo de TV, revelando uma possível fragilidade de seu próprio partido em viabilizar projetos maiores.

Filiação do vice: consolidação ou moeda de troca

A iminente filiação de Mateus Simões , vice-governador, ao PSD, reforça o projeto, mas também levanta questionamentos sobre a autonomia do Novo.

Se a candidatura de Zema  depender da estrutura do PSD e de concessões a aliados, fica claro que a estratégia não é exatamente independência política, mas arranjos de conveniência que podem comprometer a coerência eleitoral e ideológica do partido.


O plano prevê espaço do Novo na chapa majoritária de Simões, enquanto o vice se compromete a apoiar Zema, mesmo que o PSD lance nome próprio à Presidência. Essa configuração sugere que o partido está cedendo protagonismo em troca de recursos e visibilidade.

Interesses estratégicos acima de propostas

Além de Kassab e Zema, participaram do encontro Cássio Soares, presidente do PSD em Minas, e Christopher Laguna, do Novo. A solicitação de apoio à anistia durante o almoço reforça a percepção de que os diálogos estão mais voltados a interesses estratégicos e acordos políticos do que a propostas concretas para o estado ou para a população.

A aproximação, portanto, evidencia que Zema prioriza arranjos eleitorais e alianças pragmáticas, correndo o risco de desagradar parte do eleitorado que valorizou o Novo como alternativa à velha política.

Risco de desgaste eleitoral

A estratégia de aliar-se ao PSD, embora possa garantir tempo de TV e estrutura eleitoral, carrega o risco de diluir a identidade política de Zema e expor contradições: apoiar uma legenda com interesses distintos, enquanto tenta manter a imagem de outsider reformista.

No horizonte de 2026, a pergunta é clara: Zema estará construindo força política ou apenas reforçando uma acomodação com o establishment partidário, que pode fragilizar sua candidatura presidencial. 

Pesquisas para presidência 

Nas últimas pesquisas realizadas entre os dias 12 e 14 de setembro pelo instituto Genial Quaest, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), aparece com 5% das intenções de voto, ocupando a vice-lanterna da disputa presidencial — à frente apenas do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que registrou 4%.


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