Sergio Moro e Jair Bolsonaro
Marcos Corrêa/PR
Sergio Moro e Jair Bolsonaro


O senador Sergio Moro(União Brasil-PR), que entrou oficialmente na política pelas mãos do ex-presidente Jair Bolsonaro  (PL-RJ) — de quem recebeu a promessa de uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF) —, dá sinais de que não se sente mais comprometido com o padrinho.

Enquanto afaga setores bolsonaristas e defende a ideia de anistia para os envolvidos na invasão em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023,  o paranaense foi escalado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), para atuar na elaboração de um projeto que pode reduzir as penas de parte dos condenados pelos atos golpistas, ao mesmo em que endurece punições para Bolsonaro e os generais envolvidos.

Projeto com aval do STF pode excluir Bolsonaro de benefícios

A proposta vem sendo negociada diretamente entre Alcolumbre e o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, e tem como principal objetivo enterrar de vez o polêmico PL da Anistia, defendido pela bancada bolsonarista.

A ideia é oferecer uma alternativa legislativa que contemple apenas os condenados por crimes de menor gravidade, mantendo - e até ampliando - as penas para os principais articuladores do golpe, incluindo Bolsonaro e o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto.


Além de Moro, a equipe que trabalha no texto inclui o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ex- presidente do Congresso, e o senador Jorge Kajuru (PSB-GO).

O trio foi escolhido não por acaso: a base jurídica e a simbologia de uma frente parlamentar com experiência na lei ajudam a conferir legitimidade ao texto.

Oposição bolsonarista tenta resistir

O PL da Anistia, apresentado pela oposição, já possui assinaturas suficientes para tramitar em regime de urgência.

A proposta bolsonarista, porém, enfrenta resistência crescente no Congresso, no Supremo e mesmo entre aliados do governo Lula.

A ideia de anistiar os mandantes da tentativa de golpe de Estado é vista como inaceitável por amplos setores do Judiciário, da mídia e do empresariado — especialmente os que apostam em Tarcísio de Freitas(Republicanos) como alternativa de centro-direita para 2026.

Um projeto para enterrar o bolsonarismo

A proposta de Alcolumbre deve ser apresentada no início de maio. Se aprovada, pode representar o fim da narrativa bolsonarista de perseguição e a derrocada definitiva da ideia de anistia geral.

Mais do que uma mudança na lei, o texto visa oferecer um caminho institucional que preserve a autoridade do STF, alivie a pressão sobre o Congresso e, de quebra, retire da cena política os principais rostos do 8 de Janeiro.


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