Rodrigo Lopes

Eduardo Bolsonaro ataca relator e rejeita acordo sobre anistia

Deputado pressiona por perdão irrestrito aos condenados de 8/1 e acusa Paulinho da Força de ceder ao STF

Eduardo bolsonaro
Foto: Câmara dos Deputados
Eduardo bolsonaro


O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) reafirmou que não aceita qualquer proposta que substitua a anistia ampla aos condenados pelos atos de 8 de janeiro por uma simples redução de penas tentou intimar o relator da anistia deputado Paulinho da Força( (Solidariedade) .

“Um conselho de amigo, muito cuidado para você não acabar sendo visto como um colaborador do regime de exceção. Alguém que foi posto pelo Moraes para enterrar a anistia ampla, geral e irrestrita” , declarou Eduardo, em recado direto ao relator Paulinho da Força. O parlamentar ainda advertiu: “ Assim como está expresso na lei, todo colaborador de um sancionado por violações de direitos humanos é passível das mesmas sanções”.


Críticas diretas ao relator

Paulinho da Força, escolhido pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para relatar o projeto, já havia sinalizado que seu parecer não incluiria perdão irrestrito, mas a redução das penas impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Eduardo Bolsonaro classificou a proposta como “acordo indecoroso e infame”, acusando o relator de se alinhar ao STF. Para ele, o plano não busca pacificação política, mas “a manutenção de todos os crimes praticados por Alexandre de Moraes”.

Reuniões e clima de desconfiança

As críticas do deputado aumentaram após Paulinho se reunir com o ex-presidente Michel Temer (MDB) e o deputado Aécio Neves (PSDB-MG) para discutir a anistia. Eduardo declarou que não confia em Temer e rechaçou qualquer conversa com “quem quer matar o meu pai”, em alusão ao ministro Alexandre de Moraes.

“Você, Michel Temer e o resto da turma não irão impor na marra o que chamam, cinicamente, de pacificação”, afirmou Eduardo. “Chegamos nesse ponto porque vocês nos subestimaram.”

Disputa e polarização no Congresso

A anistia para os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro divide profundamente o Legislativo. Enquanto a base bolsonarista pressiona por perdão total, outros parlamentares defendem alternativas intermediárias, como penas reduzidas. O STF mantém sua posição de responsabilização plena dos acusados, o que intensifica a tensão entre os Poderes.

As declarações de Eduardo Bolsonaro evidenciam que a tramitação do projeto promete resistência acirrada e pode manter a polarização política como protagonista no Congresso.