
O sobrinho do ex-presidente Jair Bolsonaro, Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Léo Índio, deixou o Brasil há mais de três semanas e atualmente se encontra na Argentina, onde tenta obter asilo político. Ele é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento nos ataques golpistas de 8 de janeiro de 2023.
Autodenominando-se “Léo Bolsonaro”, ele busca proteção sob a justificativa de “perseguição política”, solicitando abrigo ao governo do ultradireitista Javier Milei, aliado de Bolsonaro. O pedido de refúgio ainda está sob avaliação das autoridades argentinas.
Denúncia aceita pelo STF
Em 28 de fevereiro, a Primeira Turma do STF aceitou por unanimidade a denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Léo Índio. Ele passou a responder formalmente por participação nos atos antidemocráticos que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília.
Segundo a PGR, Léo Índio esteve presente na Praça dos Três Poderes durante os ataques, incentivou a permanência dos manifestantes no local e divulgou conteúdos de apoio à tentativa de golpe nas redes sociais. A denúncia o acusa de crimes graves, como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio público tombado.
Tentativa de minimizar acusações
Apesar das evidências e da gravidade das acusações, Léo Índio tenta minimizar sua responsabilidade, alegando que entrou na mira da Justiça apenas por ter tirado uma foto na Praça dos Três Poderes durante o ataque.
Sua tentativa de refúgio na Argentina ocorre no momento em que outros aliados de Bolsonaro também enfrentam investigações ou já foram denunciados por envolvimento em ações golpistas.
O contexto político e a busca por asilo
Em outubro de 2024, Léo Índio chegou a ser eleito suplente de vereador no município de Cascavel, no Paraná, reforçando sua atuação política na órbita bolsonarista.
Dados da Comissão Nacional para os Refugiados (Conare) do governo argentino apontam que, entre janeiro e outubro de 2024, ao menos 181 brasileiros solicitaram refúgio no país vizinho, em muitos casos alegando motivações políticas. Resta saber se a administração de Milei concederá o asilo a Léo Índio e quais serão as repercussões desse pedido para as relações diplomáticas entre Brasil e Argentina.