O Partido Liberal (PL) estabeleceu como prioridade a nomeação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) para a presidência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados. A decisão ganhou força após o Partido dos Trabalhadores (PT) solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a apreensão do passaporte do parlamentar, sob alegações de envolvimento em um suposto atentado contra a soberania nacional.

O ministro Alexandre de Moraes encaminhou o pedido para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR), que ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. Inicialmente, o PL não considerava a presidência da comissão como uma prioridade, mas a ação do PT alterou os planos da legenda, tornando essa nomeação um objetivo central.
O partido pretende usar a comissão como plataforma para amplificar críticas tanto ao ministro Alexandre de Moraes quanto ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
. Segundo integrantes do PL, o movimento do STF contra Eduardo Bolsonaro fortaleceu ainda mais a estratégia de transformar a comissão em um palanque de oposição.
Jair Bolsonaro (PL) também se manifestou sobre o caso. Em uma postagem na rede social X, ele sugeriu que o pedido de apreensão do passaporte de seu filho teria como objetivo impedi-lo de assumir a comissão. Essa comissão será responsável por avaliar acordos entre Brasil e China firmados durante a cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro em novembro do ano passado.
Aliados de Eduardo Bolsonaro dentro do PL enxergam esses acordos como de grande interesse do governo Lula. Assim, a presença do deputado na presidência da comissão seria vista como uma barreira potencial a esses trâmites. Ao mesmo tempo, avaliam que a tentativa de barrar Eduardo Bolsonaro pode acabar por aumentar a exposição de Alexandre de Moraes no debate, algo que o partido pretende explorar ao máximo.
O PL, como partido com a maior bancada da Câmara, tem direito às duas primeiras escolhas na distribuição das presidências das comissões. Além da Comissão de Relações Exteriores, o partido também considera a possibilidade de assumir a Comissão de Saúde e a poderosa Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), uma das mais importantes do Congresso.