Rodrigo Lopes

Bolsonaro aposta em Trump e STF para evitar prisão e mirar 2026

Além das movimentações nos bastidores, estão sendo planejadas manifestações públicas, e a primeira deve ocorrer no Rio de Janeiro

Vai na fonte
Foto: Reprodução
Vai na fonte


Prevendo um avanço acelerado das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro  (PL) traça estratégias para evitar uma eventual prisão e, ao mesmo tempo, pavimentar o caminho para sua candidatura em 2026.

O plano envolve movimentações nos campos jurídico, político e até internacional, contando com aliados no Supremo Tribunal Federal (STF) , no Congresso e no cenário político global.

Aposta em Trump, STF e Congresso

Bolsonaro deposita esperanças no presidente dos Estados Unidos Donald Trump e nas mudanças na composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que  conta com Kássio Nunes Marques André Mendonça, seu indicado ao STF.

Com a recente substituição de Alexandre de Moraes no TSE, o ex-presidente acredita que pode reverter sua inelegibilidade, imposta até 2030 por abuso de poder político e econômico.

Além disso, há uma articulação intensa com lideranças do Centrão e partidos aliados para aprovar medidas que favoreçam Bolsonaro. Entre elas, a anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro e mudanças na Lei da Ficha Limpa, que reduziriam o tempo de inelegibilidade de condenados.

O cerco da justiça e as estratégias de defesa

Denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Braga Netto e outras 32 pessoas marca um novo capítulo na história política e jurídica do Brasil.

O grupo é acusado de arquitetar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que configura uma tentativa de ruptura institucional.

Mobilização Popular e Pressão Política

Além das movimentações nos bastidores, os aliados de Bolsonaro planejam uma série de manifestações públicas para reforçar sua base de apoio e aumentar a pressão sobre o governo Lula e o STF.

O primeiro grande ato está programado para ocorrer no Rio de Janeiro e deve marcar o início de uma campanha para demonstrar força política e mobilizar a direita brasileira.

Apesar da crescente insatisfação em setores conservadores, Bolsonaro e seu grupo não pretendem, neste momento, alimentar um movimento explícito pelo impeachment de Lula. A avaliação interna é de que um afastamento do atual presidente poderia fortalecer Geraldo Alckmin, vice-presidente e adversário de Bolsonaro nas eleições passadas.

Resultados práticos?

O plano do ex-presidente e seus aliados envolve uma série de ações coordenadas para evitar sua prisão e reverter a inelegibilidade, garantindo sua participação nas eleições de 2026.

Com articulações no STF, Congresso e até mesmo no cenário internacional, Bolsonaro busca criar um ambiente político favorável que, em última instância, possa permitir sua volta ao poder.

O desfecho dessa estratégia dependerá da capacidade de sua base política em aprovar mudanças legislativas e da reação das instituições brasileiras frente às investigações em curso.