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Prevendo um avanço acelerado das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) traça estratégias para evitar uma eventual prisão e, ao mesmo tempo, pavimentar o caminho para sua candidatura em 2026.
O plano envolve movimentações nos campos jurídico, político e até internacional, contando com aliados no Supremo Tribunal Federal (STF), no Congresso e no cenário político global.
Aposta em Trump, STF e Congresso
Bolsonaro deposita esperanças no presidente dos Estados Unidos Donald Trump e nas mudanças na composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que conta com Kássio Nunes Marques André Mendonça, seu indicado ao STF.
Com a recente substituição de Alexandre de Moraes no TSE, o ex-presidente acredita que pode reverter sua inelegibilidade, imposta até 2030 por abuso de poder político e econômico.
Além disso, há uma articulação intensa com lideranças do Centrão e partidos aliados para aprovar medidas que favoreçam Bolsonaro. Entre elas, a anistia aos presos dos atos de 8 de janeiro e mudanças na Lei da Ficha Limpa, que reduziriam o tempo de inelegibilidade de condenados.
O cerco da justiça e as estratégias de defesa
Denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República, Paulo Gonet, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro Braga Netto e outras 32 pessoas marca um novo capítulo na história política e jurídica do Brasil.
O grupo é acusado de arquitetar um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que configura uma tentativa de ruptura institucional.
Mobilização Popular e Pressão Política
Além das movimentações nos bastidores, os aliados de Bolsonaro planejam uma série de manifestações públicas para reforçar sua base de apoio e aumentar a pressão sobre o governo Lula e o STF.
O primeiro grande ato está programado para ocorrer no Rio de Janeiro e deve marcar o início de uma campanha para demonstrar força política e mobilizar a direita brasileira.
Apesar da crescente insatisfação em setores conservadores, Bolsonaro e seu grupo não pretendem, neste momento, alimentar um movimento explícito pelo impeachment de Lula. A avaliação interna é de que um afastamento do atual presidente poderia fortalecer Geraldo Alckmin, vice-presidente e adversário de Bolsonaro nas eleições passadas.
Resultados práticos?
O plano do ex-presidente e seus aliados envolve uma série de ações coordenadas para evitar sua prisão e reverter a inelegibilidade, garantindo sua participação nas eleições de 2026.
Com articulações no STF, Congresso e até mesmo no cenário internacional, Bolsonaro busca criar um ambiente político favorável que, em última instância, possa permitir sua volta ao poder.
O desfecho dessa estratégia dependerá da capacidade de sua base política em aprovar mudanças legislativas e da reação das instituições brasileiras frente às investigações em curso.